segunda-feira, 1 de abril de 2013

O Martir da Internet, Aaron Swartz

Já faz quase 4 meses desde a morte de Aaron Swartz, e apesar de, até então, pouco saber do que ele já havia realizado – curiosamente lembro mais do lado escritor do que o ativista/programador –, foi uma perda que me impactou muito. Li praticamente tudo o que foi publicado sobre sua morte, desde artigos pateticamente detratores (como o do The Telegraph) até os genéricos da imprensa nacional. E, recentemente, o qual talvez seja o mais honesto e preciso de todos, do dia 11 de março [hoje é dia 5] no New Yorker (link no final). É uma leitura extensa e arrepiante, com fatos e considerações novos, sobre os quais resolvi apontar alguns.

1. Na grande maioria dos textos pouco se ouvia da namorada atual de Aaron, a também ativista Taren Stinebrickner-Kauffman. Sempre achei isso estranho, mas finalmente sabe-se o porquê: Aaron odiava ser o centro das atenções, e Taren sempre fez o possível para respeitar isso. Lembro de ter lido nos comentários de algum blog uma mensagem da própria mãe de Aaron dizendo que ela [Taren] foi a única namorada que se preocupou de verdade com ele, citando a diferença de idade entre ele e a ex, Quinn Norton. Esta, que durante o processo do JSTOR colaborou totalmente com a promotoria, a pedido do seu advogado. Faz sentido agora.

2. O artigo cita “Why Am I So Upset About Aaron Swartz’s Suicide?” (que também já havia lido), que talvez explique o que eu e o autor – assim como muitos outros, presumo – sentimos com a morte de Aaron: “Tenho opiniões fortes sobre como melhorar o mundo mas nunca agi para tentar realizá-las. Tenho ideias todos os dias que eu compartilharia com o mundo mas deixo o medo me convencer a guardá-las para mim mesmo. Se eu conseguisse deixar de sentir medo do que o mundo acharia de mim, me enxergaria tomando toda e cada decisão que Aaron faz, até a que culminou em sua morte. (…) Estou triste por ter passado 27 anos da minha vida sem realizar nenhuma mudança significativa no mundo ao meu redor.”

Aaron nunca quis ser elevado a um pedestal, de onde pudesse cair. Assim, chamá-lo de mártir chega a ser um insulto, pois ele provavelmente decidiu tirar a própria vida para não ser um “estorvo” para as pessoas que amava. O que nos resta é nos inspirarmos no que ele conquistou em sua intensa vida, e fazermos valer a nossa. Meu tímido recomeço vai ser voltar a escrever.

Links:
http://www.newyorker.com/reporting/2013/03/11/130311fa_fact_macfarquhar?currentPage=all
http://discountgeni.us/2013/01/13/why-am-i-so-upset-about-aaron-swartzs-suicide/
http://www.nakedcapitalism.com/2013/01/aaron-swartzs-politics.html

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